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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

RENASCENÇAS



 
Coletânea de fragmentos encontrados no dicionário de memórias pessoais: um baú de cartas antigas, escritas em papel fino, rendas, tecidos, vestidos de noiva, antigos guardados de família, preservados mais pela memória afetiva do que por um possível uso futuro. Mas, para quem trabalha com arte tudo se converte em trabalho.
 
 
Descubro no tempo um parceiro. Co-autor: ele grava manchas em formas. A tinta de antigos tinteiros corroe e renda o papel. Escolho a cor do tempo como elemento central da poética visual. Outras cores chegam e se juntam às matrizes e geram outros matizes e tramas. Letras corroídas, rendas e lembranças... Em particular a renda, por trás da aparente fragilidade e delicadeza, é muito mais forte: não cede. Ao contrário nesta delicadeza, o feminino sexo forte se presentifica: a trabalhadora, a geratriz, a resistente. A  Renascente: aquela que escreve com linhas sua trama de palavras e rendas.
 




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